O gravíssimo pecado do homossexualismo


O gravíssimo pecado do homossexualismo contra Deus.



A tradição catequética lembra que existem pecados que bradam ao céu. Javé disse: O que foi que você fez? Ouço o sangue do seu irmão, clamando da terra para mim (Gn 4,10) (Gn 4,10)

Então Javé disse: O clamor contra Sodoma e Gomorra é muito grande, e o pecado deles é muito grave (Gn 18,20)

Esses tipos de pecados 
bradam ao Céu e clamam a Deus por vingança porque o diz o Espírito Santo; e porque a sua iniqüidade é tão grave e manifesta, que provoca Deus a puni-los com os mais severos castigos.


É com particular severidade que no Antigo Testamento as Escrituras se referem ao pecado  da homossexualidade: • “Disse, pois, o Senhor: o clamor de Sodoma e de Gomorra aumentou, e o seu pecado agravou-se extraordinariamente” (Gen XVIII, 20). 

• Após a chegada dos anjos à casa de Lot, sob a aparência de dois homens de aspecto formoso:  “Mas antes que fossem se deitar, os homens da cidade, desde os meninos até os velhos, e todo o povo junto, cercaram a casa. E chamaram por Lot, e disseram-lhe: Onde estão aqueles homens que entraram em tua casa ao cair da noite ? Faze-os sair para que os conheçamos... E forçaram a Lot com grande violência; e já estavam a ponto de arrombar a porta. E eis que os (dois) homens (que estavam dentro) estenderam a mão, e introduziram Lot em casa, e fecharam a porta. E feriram de cegueira os que estavam fora, desde o mais pequeno até o maior, de sorte que não podiam encontrar a porta” (Gen XIX, 4-11). 

• “E disseram [os anjos] a Lot... Faze sair desta cidade todos os que te pertencem, porque nós vamos destruir este lugar, visto que o clamor (dos seus crimes) aumentou diante do Senhor, o qual nos enviou para que os exterminemos” (Gen XIX, 1213). 

• “E o tiraram de casa e o puseram fora da cidade; e ali falaram dizendo: Salva a tua vida; não olhes para trás, e não pares em parte alguma dos arredores deste país; mas salva-te no monte, para que não pereças com os outros” (Gen XIX, 17). 

• “Fez, pois, o Senhor.... chover sobre Sodoma e Gomorra enxofre e fogo (vindo) do céu; e destruiu estas cidades, e todo o país em roda, todos os habitantes das cidades, e toda a verdura da terra. E a mulher de Lot, tendo olhado para trás, ficou convertida numa estátua de sal. Ora, Abraão, tendo-se levantado de manhã, .... olhou para Sodoma e Gomorra, e para toda a terra daquela região, e viu que se elevavam da terra cinzas inflamadas, como o fumo duma fornalha” (Gen XIX, 24-28). 

• “Não te aproximarás dum homem como se fosse mulher, porque é uma abominação” (Lev XVIII, 22). 

• “Não vos mancheis com nenhuma dessas coisas [uniões ilícitas, sacrifício de crianças, sodomia e bestialidade], com que se têm contaminado todas as gentes que eu expulsarei de vossa vista e com as quais está contaminada esta terra cujos crimes eu castigarei, a fim de que ela vomite os seus habitantes... Vede, pois, não suceda que, assim como ela vomitou a gente que aqui estava antes de vós, vos vomite também a vós se fizerdes outro tanto” (Lev XVIII, 24-28).

• “Aquele que pecar com um homem, como se ele fosse uma mulher, ambos cometeram uma coisa execranda, sejam punidos de morte; o seu sangue caia sobre eles” (Lev XX, 13). 

• “A mulher não se vestirá de homem nem o homem se vestirá de mulher; porque aquele que tal faz é abominável diante de Deus” (Dt XXII, 5). 

• Sobre o castigo que Deus preparava para os judeus:   “Eu lhes darei meninos para príncipes, e dominá-los-ão efeminados.... O próprio aspecto do seu semblante depõe contra eles, pois fizeram como os de Sodoma, pública ostentação do seu pecado, e não o encobriram. Ai de sua alma! porque lhes será dado o castigo merecido ... O Senhor está para julgar os povos” (Is III, 4-13).

No Novo Testamento, São Paulo exprobra com palavras de indignação o vício contra a natureza: 
• “Não vos enganeis: nem os fornicadores, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas.... possuirão o reino de Deus” (1 Cor VI, 9-10).

No Novo Testamento mostra a gravidade do ato homossexual. As depravações dos que são contra Deus:
"26.Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. 27.Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario. 28.Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus, Deus entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu procedimento indigno. 29.São repletos de toda espécie de malícia, perversidade, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade. 30.São difamadores, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, altivos, inventores de maldades, rebeldes contra os pais. 31.São insensatos, desleais, sem coração, sem misericórdia. 32.Apesar de conhecerem o justo decreto de Deus que considera dignos de morte aqueles que fazem tais coisas, não somente as praticam, como também aplaudem os que as cometem."
(Romanos, 1)


• São Pedro salienta a infâmia do pecado sodomita e o castigo que Deus lhe reserva:  
“Porque, se Deus.... condenou a uma total destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinzas, pondo-as por exemplo daqueles que venham a viver impiamente; e livrou o justo Lot oprimido pelas injúrias e pelo viver luxurioso desses infames...; (é porque) o Senhor sabe livrar os justos da tentação e reservar os maus para o dia do juízo, a fim de serem atormentados” (2 Pd II, 4-9).

• São Judas não é menos severo:  
“Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que fornicaram com elas, e se abandonaram ao prazer infame, foram postas por escarmento, sofrendo a pena do fogo eterno, da mesma maneira também estes [luxuriosos] contaminam a sua carne, e desprezam a dominação (de Cristo), e blasfemam da majestade” (Jud 78)”. 


• Tertuliano, grande apologista da Igreja no século II, escreve:

““Condenamos todos os que se entregam aos excessos de luxúria que são contrários à lei natural,... e os expulsamos do seio da Igreja, pois [tais atos] são mais monstruosidades que pecados””.



• São Basílio de Cesaréia, Padre da Igreja do século IV, que fez a principal regra dos monges do Oriente, estabelece o seguinte:

“O clérigo ou o monge molestador de jovens ou de meninos que tiver sido surpreendido beijando ou no ensejo de alguma torpeza, seja publicamente açoitado, despojado da coroa [tonsura]e, depois de ter a cabeça raspada, seja-lhe o rosto ignominiosamente coberto de escarros e, ainda, preso com correntes de ferro, seja condenado a seis meses de reclusão carcerária, ficando reduzido a comer pão de cevada à noite três vezes por semana. Depois desses seis meses, vivendo em cela separada, sob a custódia de um ancião experimentado espiritualmente, seja submetido a orações, vigílias e trabalhos manuais, andando sempre sob a guarda de dois irmãos espirituais, sem lhe ser permitido nenhum .... relacionamento com jovens”.


•  Santo Agostinho é taxativo no combate à sodomia e vícios congêneres. Escreve o grande Bispo de Hipona:

“As devassidões contrárias à natureza, sempre e em toda parte se devem detestar e punir, como o foram os pecados de Sodoma. Ainda que todos os povos os cometessem, cairiam na mesma culpabilidade de pecado, pela lei de Deus, que não fez os homens para assim procederem. Efetivamente, viola-se a própria união que deve existir entre Deus e nós, quando a natureza, de quem Ele é autor, se mancha pelas paixões depravadas””.

Mais à frente, reitera:

“Punis [ó Deus] o que os homens cometem contra si próprios, porque, ainda mesmo quando Vos ofendem, agem impiamente contra as suas almas. A própria iniqüidade engana-se a si mesma, corrompendo-se e pervertendo-se na sua natureza, feita e ordenada por Vós, quer servindo-se imoderadamente das coisas que lhe são lícitas, quer ardendo na concupiscência do ilícito, no uso daquilo que é contra a natureza’ (Rom I, 26)”“.


•  São João Crisóstomo denuncia os atos homossexuais como contrários à natureza. Comentando a Epístola aos Romanos ,( 26-27) afirma que os prazeres da sodomia são uma ofensa imperdoável à natureza e duplamente destrutivos, pois ameaçam a espécie desviando os órgãos sexuais de seu objetivo procriador primário e semeiam a desordem entre homens e mulheres, que já não se sentem inclinados pelo desejo físico a viver juntos e em paz. 
O brilhante Patriarca de Constantinopla emprega palavras severíssimas contra a tara que vimos analisando. De fato, São João Crisóstomo argumenta:   “As paixões são todas desonrosas, porque a alma é mais prejudicada e degradada pelos pecados do que o corpo o é pelas doenças; mas a pior entre todas as paixões é cupidez entre homens... Os pecados contra a natureza são mais difíceis e menos recompensadores, tanto que nem se pode afirmar que eles procurem o prazer, uma vez que o verdadeiro prazer só é aquele que está de acordo com a natureza. Mas quando Deus abandona alguém, tudo fica invertido! Por isso, não só as suas paixões [dos homossexuais] são satânicas, mas suas vidas são diabólicas... Por isso digo que estes são ainda piores do que os homicidas e que seria melhor morrer do que viver desonrado desse modo. O homicida só separa a alma do corpo, enquanto estes destroem a alma dentro do corpo... Não existe nada, absolutamente nada, de mais louco ou danoso do que tal perversidade”.


• São Gregório Magno, aprofunda o simbolismo do fogo e do enxofre que Deus empregou para punir os sodomitas:

“O enxofre faz lembrar os maus odores da carne, segundo confirma a própria Sagrada Escritura quando fala da chuva de fogo e enxofre derramada pelo Senhor sobre
Sodoma. Ele havia decidido punir nesta os crimes da carne, e o próprio tipo de castigo ressaltava a vergonha daquele crime. Porque do enxofre sai mau cheiro; do fogo, ardência. Era, portanto, justo que os sodomitas, ardendo em desejos perversos originados do mau odor da carne, perecessem ao mesmo tempo por meio do fogo e do enxofre, a fim de que por esse justo castigo se dessem conta do mal perpetrado sob o impulso de um desejo perverso»


• Santo Alberto Magno dá quatro razões pelas quais considera os atos homossexuais como os mais detestáveis:  
“Nascem de um frenesi ardente; possuem uma obscenidade repugnante; os que neles se viciam raras vezes se libertam da tara; são contagiosos como uma doença, passando rapidamente de uns a outros“.

•  São Tomás de Aquino, ao tratar dos pecados contra a natureza, explica:   “Porém, são chamados de paixões de ignomínia porque não são dignas de ser nomeadas, conforme aquela passagem de Efésios V, 12: ‘As coisas que eles fazem em segredo, vergonha é até mencioná-las’. Porque se os pecados da carne são comumente reprováveis pelo fato de o homem por eles ser levado àquilo que nele é bestial, muito mais o é o pecado contra a natureza, pelo qual o homem afasta-se até de sua natureza animal”.

• São Boaventura em sermão sobre os milagres que se deram simultaneamente ao nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, pronunciado na Igreja de Santa Maria de Porciúncula, narra:  
“Sétimo prodígio “Todos os sodomitas, homens e mulheres, morreram por toda a terra, conforme disse São Jerônimo, comentando o salmo ‘A luz nasceu para o jus
to’, para evidenciar que Aquele que nascia vinha reformar a natureza e promover a castidade”.

• Santa Catarina de Siena, religiosa mística do século XIV, reproduz palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre o vício contra a natureza, que contaminava parte do Clero no seu tempo. Refere-se aos ministros sagrados:  
“Eles, não só deixam de refrear esta fragilidade [da natureza humana decaída]... mas fazem pior, porque cometem o maldito pecado contra a natureza. Como cegos e estúpidos, tendo ofuscado a luz de seu entendimento, não reconhecem a pestilência e a miséria em que se encontram, pois não só esta me causa náusea, mas desagrada aos próprios demônios, a quem os miseráveis escolheram como seus senhores. Tão abominável me é este pecado contra a natureza que só por ele cinco cidades foram submersas, em razão do juízo da minha justiça divina que não as podia mais suportar... É desagradável aos demônios, não porque o mal lhes desagrade e se comprazam no bem, mas porque a sua natureza é angélica e esta foge ao ver cometer tão enorme pecado. É certo que antes o demônio havia atingido o pecador com a seta envenenada da concupiscência, mas quando este chega ao ato de tal pecado, aquele se afasta””

• São Bernardino de Siena, pregador do século XV, faz acurada análise psicológica das conseqüências da tara homossexual. Assim se exprime o ilustre franciscano:  
“Não há pecado que tenha mais poder sobre a alma do que o da maldita sodomia, o qual sempre foi detestado por todos os que viveram segundo Deus... Tal paixão por formas indevidas está próxima da demência. Esse vício perturba o intelecto, quebra o ânimo elevado e generoso, arrasta dos grandes pensamentos aos pequenos, torna [os homens] pusilânimes, iracundos, obstinados e endurecidos, servilmente brandos e incapazes de tudo. Ademais, estando a vontade agitada pela insaciável avidez de gozar, não segue a razão, mas o furor... Alguém que tenha vivido com o vício da sodomia sofrerá mais penas no inferno do que qualquer outro, porque este é o pior pecado que existe”.


As palavras do vitupério de São Pedro Damião ao vício de sodomia são as que vêm a seguir: 
 “Na verdade, este vício não é absolutamente comparável a nenhum outro, porque supera a todos em enormidade. Este vício produz, com efeito, a morte dos corpos e a destruição das almas. Polui a carne, extingue o lume da inteligência, expulsa o Espírito Santo do templo do coração do homem, nele introduzindo o demônio que é o instigador da luxúria, conduz ao erro, subtrai totalmente a verdade da alma enganada, prepara armadilhas para os que nele incorrem, obstruí o poço para que daí não saiam os que nele caem, abre-lhes o inferno, fecha-lhes a porta do céu, torna herdeiro da infernal Babilônia aquele que era cidadão da celeste Jerusalém, transformando-o de estrela do céu em palha para o fogo eterno, arranca o membro da Igreja e arroja-o no voraz incêndio da geena ardente.” 
“Esse vício busca destruir as muralhas da pátria celeste e tornar redivivos os muros da Sodoma calcinada. Ele, com efeito, viola a temperança, mata a pureza, jugula a castidade, trucida a virgindade – que é irrecuperável – com a espada da mais infame união. Tudo infecta, tudo macula, tudo polui; e tanto quanto está em si, nada deixa puro, nada alheio à imundície, nada limpo. ‘Para os puros, como diz o Apóstolo, todas as coisas são puras; para os impuros e infiéis nada é puro, mas estão contaminados o seu espírito e a sua consciência’ (Tít I, 15). 
“Esse vício expulsa do coro da assembléia eclesiástica e obriga a unir-se com os energúmenos e com os que trabalham com Satanás, separa a alma de Deus para ligála aos demônios. Essa [tara,] pestilentíssima rainha dos sodomitas, torna os que obedecem as leis de sua tirania, torpes aos homens e odiáveis a Deus; impõe nefanda guerra contra Deus e obriga a alistar-se na ’milícia do Espírito Perverso; separa do consórcio dos anjos e, privando-a de sua nobreza, impinge à alma infeliz o jugo do seu próprio domínio. Despoja seus sequazes das armas das virtudes e os expõe, para que sejam transpassados, aos dardos de todos os vícios. Humilha na Igreja, con
dena no fórum, conspurca secretamente, desonra em público, rói a consciência como um verme, queima a carne como o fogo...”

'" São LEÃO IX, Epistula super Librum gomorrhianum, in PL 145, 159s. 
“Arde a mísera carne com o furor da luxúria, treme a fria inteligência com o rancor da suspeita e no peito do homem infeliz agita-se um caos como que infernal, sendo ele atormentado por tantos aguilhões da consciência, quanto é torturado pelos suplícios das penas. Sim, tão logo a venenosíssima serpente tiver cravado... os dentes na alma infeliz, imediatamente fica ela privada de sentidos, desprovida de memória, embota-se o gume de sua inteligência, esquece-se de Deus e até mesmo de si. Com efeito, essa peste destrói os fundamentos da fé, desfibra as forças da esperança, dissipa os vínculos da caridade, aniquila a justiça, solapa a fortaleza, elimina a esperança, embota o gume da prudência” 
“E que mais direi? Uma vez que ela expulsa do templo do coração humano toda a força das virtudes e aí introduz, como que arrancando as trancas das portas, toda a barbárie dos vícios?...” 
“Com efeito, aquele a quem... essa atrocíssima besta tenha engolido entre suas fauces cruentas, impede-lhe, com o peso de suas correntes, a prática de todas as boas obras, precipitando-o em todos os despenhadeiros de sua péssima maldade. Assim, tão logo alguém tenha caído nesse abismo de extrema perdição, torna-se um desterrado da pátria celeste, separa-se do Corpo de Cristo, é confundido pela autoridade de toda a Igreja, condenado pelo juízo de todos os Santos Padres, desprezado entre os homens na terra, reprovado pela sociedade dos cidadãos do céu; cria para si uma terra de ferro e um céu de bronze; de um lado, não consegue levantar-se, agravado que está pelo peso do seu crime; de outro, não consegue mais ocultar seu mal no esconderijo da ignorância; não pode ser feliz enquanto vive, nem ter esperança quando morre, porque, agora, é obrigado a sofrer o opróbrio da derrisão dos homens e, depois, o tormento da condenação eterna”'”.


b. Tradição do Magistério eclesiástico:

•  A primeira declaração de um concílio da Igreja sobre práticas homossexuais é a do Concilio de Elvira (305-306 DC). O decreto exclui da comunhão, mesmo in artículo mortis, os ‘stuprotores puerorum’.

• O decreto do Concilio de Ancira, realizado na Ásia Menor em 314, influenciou poderosamente a Igreja do Ocidente, pois foi citado com freqiiência como argumento de autoridade em posteriores declarações contra práticas homossexuais. O cânon 17 alude àqueles “que... cometeram iniqüidade com animais ou homens”. Para estes crimes o Concílio de Ancira estabelece uma série de castigos segundo a idade e o estado do infrator. São os seguintes: 
“Aqueles que tenham cometido esses crimes antes dos vinte anos, depois de passarem quinze anos em penitência, serão readmitidos na comunhão de oração. Em seguida, após permanecerem cinco anos nessa comunhão, recebam os sacramentos da oblação.” “Porém, analise-se também a sua vida e veja-se quanto tempo de penitência devem cumprir para obter misericórdia. Porque se tiverem se entregado desbragadamente a esses crimes, consagrem um tempo maior a fazer penitência. Aqueles, porém, que, tendo mais de vinte anos e sendo casados, caírem nesses crimes façam penitência durante vinte e cinco anos e [então] sejam recebidos na comunhão de oração; e, permanecendo nela durante cinco anos, recebam finalmente os sacramentos da oblação. Entretanto, se aqueles que forem casados e tiveram ultrapassado cinqüenta anos cometerem esses crimes, obtenham a graça da comunhão somente no fim de suas vidas”.

• O Papa São Sirício (384-399) emitiu normas para a admissão no estado clerical. Indiretamente se aplicam à homossexualidade: “Julgamos conveniente estabelecer que, assim como não se deve permitir a qualquer um cumprir a penitência reservada aos clérigos, assim também jamais deve ser concedido a um leigo ascender à honra clerical depois de penitência e reconciliação. Porque embora tenham sido purificados do contágio de todos os pecados, contudo aqueles que antes foram vasos de vícios, não devem receber os instrumentos para ministrar os sacramentos”'.

* No ano de 1179 realizou-se o III Concílio Ecumênico de Latrão, o qual estabelece: “Qualquer um que seja surpreendido na prática do pecado contra a natureza, em razão do qual a cólera de Deus desencadeou-se sobre os filhos da desobediência (Ef V, 6), se for clérigo, seja degradado do seu estado e seja mantido recluso em um mosteiro para fazer penitência; se for leigo, seja excomungado e mantido rigorosamente distante da comunhão dos fiéis”.

 *  Tal era o horror que circundava o pecado contra a natureza que, a partir de fins do século XII, por cerca de três séculos, a sodomia praticamente só existia enquanto pecado secreto, para o qual a absolvição era reservada ao Papa e, em alguns casos, aos Bispos.

*  Não obstante, devido à Renascença essa tara se reacendeu. O homossexualismo foi razão de grande apreensão para São PioV. Segundo relata o conhecido historiador von Pastor: “No primeiro ano de seu pontificado, tinha o Papa duas preocupações preponderantes: o zelo pela Inquisição e a luta contra ‘esse horrendo pecado pelo qual a terrível justiça de Deus fez consumir em chamas as cidades por ele contaminadas’”.

O Santo Inquisidor (São Pio V) deixou promulgadas duas Constituições nas quais exprobra e pune o pecado contra a natureza:

 Na Constituição Cum primum, de 1ºde abril de 1566, São Pio V estabelece solenemente:  
“Tendo voltado o nosso espírito para remover tudo quanto possa ofender de alguma maneira a Divina Majestade, Nós estabelecemos punir, antes de tudo e sem indulgência, aquelas coisas que, pela autoridade das Sagradas Escrituras ou por gravíssimos exemplos, se apresentam como repugnantes a Deus mais do que quaisquer outras e que o induzem à cólera: ou seja, o relaxamento do culto divino, a ruinosa simonia, o crime de blasfêmia e o execrável vício libidinoso contra a natureza. Culpas
pelas quais os povos e as nações são flagelados por Deus, segundo sua justa condenação, com desgraças, guerras, fomes e pestes... Saibam os magistrados que se, mesmo depois desta nossa Constituição, forem negligentes no punir esses delitos, deles serão culpados no conspecto do juízo divino e incorrerão também na nossa indignação... Se alguém realizar aquele nefando crime contra a natureza, por culpa do qual a ira divina desencadeou-se sobre os filhos da iniqüidade, será entregue ao braço secular para punição e, se for clérigo, será sujeito a análoga pena depois de ter sido privado de todos os graus [da dignidade eclesiástica]”.

Na Constituição Horrendum illud scelus, de 30 de agosto de 1568, São Pio V não é menos rigoroso. Com efeito, ensina ele:  
“Aquele crime horrível, por cuja culpa as cidades corruptas e obscenas foram queimadas em razão da divina condenação, causa amarguíssima dor e choca nosso espírito, impelindo-o a reprimir tal crime com o maior zelo possível. Em boa hora o V Concilio de Latrão [1512-1517] decreta: qualquer membro do Clero, que tenha sido surpreendido naquele vício contra a natureza... seja afastado da ordem clerical, ou seja forçado a fazer penitência em um mosteiro.” (c. 4, X, V, 31).

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